A Terapia Cognitiva Processual (TCP) é uma abordagem em três níveis e três fases, com base na formulação do caso, desenvolvida pelo Professor Irismar Reis de Oliveira na Universidade Federal da Bahia. A TCP tem como fundamentos os mesmos da TCC padrão, desenvolvida por Beck; contudo, tem conceituação própria, assim como suas próprias técnicas, tornando-a uma abordagem distinta quanto à modificação das crenças nucleares dos pacientes, especialmente daquelas referentes a si mesmos.
Uma de suas principais técnicas, o Registro de Pensamentos Baseado no Processo (RPBP), foi desenvolvida como estratégia estruturada para modificar as crenças nucleares. Apresenta-se como uma analogia com a Lei, na qual o terapeuta engaja o paciente na simulação de um processo judicial. A inspiração para o desenvolvimento desta técnica veio do romance surreal de Franz Kafka, O Processo; nele, o personagem Joseph K., por razões jamais reveladas, é preso e finalmente executado sem saber de que crime era acusado.
A base racional para a proposta da TCP é que esta pode ser útil em fazer com que os pacientes se tornem conscientes das crenças sobre si mesmos (auto-acusações) e, diferentemente do processo de Joseph K., engajem-se em um processo construtivo para desenvolver crenças mais positivas e funcionais.
Este modelo de terapia teve seu desenvolvimento inicial focado na técnica o Processo, com inspiração em Kafka, e não parou mais de crescer, tendo sua própria conceituação e técnicas.
De acordo com o Professor Irismar, a TCP tem grande chance de se desenvolver nos próximos anos, por causa de sua natureza de tipo passo-a-passo, de sua conceituação de caso de fácil entendimento, da natureza jurídica da abordagem e, sobretudo, pelo fato de ser 100% compatível com o modelo de Beck. Além disso, é aplicada em um formato mais organizado e sob a forma de metáfora. A TCP é mais fácil de ser aprendida pelo terapeuta, mais fácil de ser compreendida pelo paciente e parece tão efetiva (em alguns casos mais) quanto a TCC convencional.